sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Pensamentos Próprios

Nunca gostei de natal. Sempre considerei como aquela data triste antes da feliz. A destruição e reconstrução.
É no natal que voce começa a preparar sua retrospectiva e vê tudo de bom e de ruim que fez no ano, pra se preparar para o novo. Aí você quer tentar desejar coisas boas as outros, dividir, partilhar, aprender. Bollshit! Lenga-lenga!

Tá, eu posso parecer uma pseudo-adolescente velha, rebelde sem causa. Mas a verdade é que eu sempre pensei diferente de todos os conceitos que tentaram me ensinar. O natal é muito fake. Papai noel é fake. Sentimento natalino é fake.
Não sou apegada a datas comemorativas: páscoa, aniversário, natal... Meus pais que não esperem presente de mim no segundo domingo de maio ou agosto. Pode esperar de janeiro a dezembro, mas nunca na segunda semana de maio ou agosto.

Mas eu nem quero debater sobre isso agora, não. Agora eu quero falar que esse ano eu consegui construir minha definição de Natal.
Natal vem de nascimento, família, afeto, seio, família. Esse ano eu senti o que em nenhum outro eu senti: conforto, felicidade. Confesso que passei a quinta inteira achando um saco ter que me preparar pra encontrar a família e fazer sala. Não gosto de fazer coisas forçadas, marcadas. Confesso que cheguei lá e me arrepiei.
Poder olhar ao redor e ver que anos se passaram. Que as pessoas tomam seu rumo, mas o seio familiar continua forte. Umas separações daqui, uns imendinhos de lá. Mas, sempre, o colo disponível.
Num mundo que o tempo muda o tempo todo, poder perceber sua tia com a mesma mania, seu primo com a mesma piada é algo indescritível. Eu sou sempre mais eu, com eles.
Em especial, fiquei absolutamente feliz e satisfeita ao ter meu pai do meu lado por mais um ano, mais um dia. Ele comendo, brincando, sorrindo. Vivendo. E todo o sufoco que passei no ano de 2009 acabou valendo a pena. As perdas, as trocas. Os sonhos que tive que adiar. Nenhum deles era maior do que o desejo de permanecer no colo do pai. Nenhum.
E, depois de 25 anos, construi mais uma etapa da minha vida: a da autopreservação.

A partir de hoje, os dias 25 de dezembro não serão mais dias descartáveis. Batizo o dia 25 como o dia da proximidade. Não dos presentes. Da presença.
Porque se no corre-corre do dia-a-dia a gente esquece de regar nossa semente, vamos usar o vermelho do calendário pra nos lembrar que natal significa, também, renascimento.
h'[m]

Um comentário:

O+* disse...

2 VOTOS. Natal não é feito para ser pensado mesmo, porque não faz nenhum sentido. Tem que se deixar levar pela fantasia, coletiva. E aproveitar a data para rever todos que a gente deveria estar vendo sempre.
Feliz Natal para você!!