quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O poema interminado



E fazendo aquela limpa no Desktop, achei um poema que ficou pra depois.

Não é sobre jeito que você faz o café
ou sobre como você me puxa ao deitar.
Não é sobre como você acende o cigarro
nem sobre como você ri vendo tevê.

Não é por você estar sempre linda,
nem por você conquistar tudo com um olhar.
Não é pelo beijo que me derrete,
nem por ajeitar o meu cabelo com a ponta dos dedos.


É sobre esse sorriso festivo
que carrego desde a primeira vez que te vi
É pelo aperto que dá
toda vez que você precisa partir.

Não é sobre os seus olhos que brilham,
nem pelo short branco que voce tanto gosta.

(era pra ter sido continuado.)


Sem título e sem fim, o documento é datado de 26 de agosto. Hoje, 115 dias depois, nem se trataria mais sobre vícios e apegos, mas apenas sobre lembranças. Não seria mais sobre o porquê de querer namorar com ela, mas sim sobre o porquê de não conseguir esquecer.


h'[m]

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A arte de se foder em looping


E aí que você sofre uma desilusão amorosa e se fecha em sua dor. Passa um ano e cinco meses aprendendo a viver sozinho. Centenas de pessoas cruzam o seu caminho durante um dia. Milhares durante uma semana. E de repente, não mais que repente, um dia alguém cruza o seu caminho e você para. Mesmo com a correria do dia-a-dia, você não consegue mais olhar as centenas, mas sim aquele par de olhos.
Pronto. Fodeu. Vai começar de novo.

Você se odeia porque tava mal vestido. Ou porque estava com o cabelo despenteado. Seu carro estava imundo. Você fez barbeiragem no trânsito. Você acha que ela nunca mais olharia pra você de novo. Foda-se. Lembre-se. Seu mundo parou. Só ela pode fazer girar de novo.Você  precisa tentar.
Então você tenta, meio sem jeito, puxar algum assunto. Toma coragem e chama pra sair. Se fodeu, olha: ela aceitou.

E aí vocês saem pra jantar. Ela adorou o vinho que tomou a noite. Uma semana depois chega uma caixa dele na casa dela. Ela amou. E você? Claro! Se fodeu. Fazem os passeios mais bobos parecerem incríveis, e ela tira 30 fotos sua, na mesma pose, para achar o melhor ângulo. Então você decide fazer algo especial. Relaxa, não tá cedo demais, tá na hora certa. Você pergunta, e ela aceita namorar com você. Bom, aí fodeu pra caralho de vez.
Porque você vai viajar. Mas tá tudo tão incrivelmente mágico, que você já não quer mais ir. Sabe aquela viagem que você planejou a vida inteira e sempre quis fazer? Você queria ontem. Hoje não sabe se quer.
- Mas e se for o amor da minha vida? Vou largar ela aqui?

Meu bem, o amor da sua vida te esperou por 20 e tantos anos. Vai te esperar por mais um mês. Então vá com Deus, e volte morrendo de saudades. Passeie pelos lugares lembrando dela, e de como ela iria amar aquele café da esquina. Ela tiraria fotos incríveis desse jardim. Os dias se arrastam. Tudo que vê lembra ela. E eu nem vou repetir que você se fodeu, a essa altura, você já entendeu isso. Pelo menos passou rápido, tá na hora de voltar.
Voltou morrendo de saudades? Se fodeu! Porque ela já não tá mais nem aí pra você.

O seu jeito desajeitado, que antes podia até ser um charme, agora incomoda. E balançar o talher enquanto conversa durante as refeições, acredite, está nauseando ela. As mensagens que ela te mandava ao longo do dia, passam a ter hora marcada. Fotos surpresa? Esqueça. As horas de assuntos aleatórios se tornam monólogos de poucos minutos. Escute o que tô falando. Você se fodeu!

O tempo dela começa a ficar curto. Quando ela chega, vocês estão tão distantes que um beijo de boa noite é quase um adeus. E quando ela não vem é porque, você sabe, tá fodido.

Então, amigo, você precisa fazer algo.
Você decide conversar, mas já não se entendem mais. Falam dialetos particulares e, bom, esquece e fica pra outro dia. Empurre com a barriga.
A ausência dela te incomoda? Ela está conectada e não tá falando com você? Melhor não pensar nisso. A saudade corrói de uma forma que você não consegue explicar.
Abre o armário e encontra o casaco vermelho que ela esqueceu qualquer dia desses. Engula esse nó e pare de pensar em todas as vezes que o casaco esteve lá, mas ela não. E talvez, qualquer dia ela volte pra buscar. Ou não. Fodido, fodido e meio.

Chega. Não dá mais. A saudade te rasga partes do peito que você nem se lembrava ter mas, repare, ela não tá com saudades de você.
Tem um adeus em silêncio e, acredite, ele precisa ser dito.

Você diz que precisa conversar. Ela te chama pro mesmo restaurante onde disse que sim. Você chega, ela não tem nada pra dizer. A conversa vira um looping infinito de coisas que você não entende. Nem ela. Então você percebe que nada que fale trará ela de volta. 
- Chega! Pra mim não dá! Quero terminar. - você desabafa.
E ela responde com um "ok".

Então você tira o casaco vermelho, aquele que você, em sua conversa imaginaria, imaginou ouvir: "deixa na sua casa junto com minhas coisas, amor, talvez eu precise no final de semana que vem". Ela pega o casaco, o tempo vira. A cordialidade se transforma num mar de ofensas. Você acende um cigarro pra se equilibrar no meio do tsunami. Dá um beijo, um abraço sem resposta, e pega o taxi. Terminou mal por causa de um casaco. Mas poderia ter sido simplesmente por você estar de camisa branca. Então, get over it.
Bom, eu tava tentando não falar mas, amigo, você sabia que já tava fodido.

Tudo bem, eu entendo se você terminar a noite enchendo a cara pra esquecer. Mas a ressaca do dia seguinte vai te fazer lembrar.
Eu te falei. Da ressaca. E do quanto você estava fodido.

As palavras dela vão te corroer por bastante tempo. Você vai se fechar em sua dor por um outro tempo. E você vai ficar assim, fodido, até o dia em que cruzar com outra pessoa que fará o seu mundo parar e você perceber: estará começando a se foder mais uma vez.

terça-feira, 11 de junho de 2013

a boa filha

Querido diário é o cacete! A frase épica para o post de hoje é: "I'm Back".


Muitos pensaram que eu não voltaria. Eu pensava que não voltaria. Até os médicos pensavam que eu não voltaria. Mas isso já é outra história.

Seis meses já se passaram desde o meu último texto postado aqui. Tanta coisa aconteceu, tanta... que de quase morte, veio muita vida.
Pra vocês não se sentirem tão estranhos, vou resumir em três pequenas fases: Novembro a Janeiro foi a fase hard-working. Trabalhei e apanhei muito por aqui. E, olha, que pra eu falar que foi muito, é porque foi muito mesmo.

O final de Janeiro foi o mês do medo. Tive uma pancreatite extremamente grave. Mesmo, também. Passei 20 dias no CTI testando minha popularidade e minha queridice. No céu e na terra. A Lição da vida veio em meados de Feveiro. E essa fase de queda-recuperação durou até meados de Abril.

E Maio, assim como em 1984, foi o mês do meu nascimento. Mais que isso: renascimento. Foi quando aprendi o valor de pequenas coisas. Que ser querido não significa ser importante. E que a máxima "dê valor a quem te dá valor" é algo que temos que seguir dia a dia. Maio veio para iniciar a fase de superação!

Não lembro de nada extremamente relevante por agora, mas o importante é que a passagem pelo percurso hard-working, queda-recuperação e superação, foram bastante relevantes para mim. Como todo mundo que passa por algum trauma, a vida começa agora.
Então, queridos amigos, bem vindos a minha nova vida!

;*
h'[m]