segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mulheres que trabalham demais

Em muitos momentos, deixamos a vida pessoal em segundo plano para focar no trabalho. Até que ponto essa atitude é saudável? E quando ela se torna uma compulsão?

“Você é muito trabalhadora”. Se você já ouviu esta frase certamente é dedicada, exigente e detalhista. Portanto, merece o elogio! Mas você sabe a hora de parar? Se a resposta é negativa, fique atenta. Você pode ser viciada em trabalho. As pessoas que sofrem desse transtorno são chamadas tecnicamente de workaholics (do inglês work = trabalho, alcoholic = alcoólatra) e, embora não percebam, precisam de ajuda, muitas vezes profissional, para voltar ao ritmo normal da vida.
Segundo a terapeuta Roselake Leiros, o que desencadeia o comportamento workaholic é o mesmo que acontece com outros vícios: a compulsão. “Os workaholics sempre procuram no trabalho uma compensação para outros problemas. No trabalho, começam a sentir prazer porque vêem resultados materiais, são reconhecidos e acabam se empolgando tanto que não encontram mais o caminho de volta. Sem limite, eles passam a não sentir prazer em mais nada, apenas em trabalhar”, observa.
A carioca Fernanda Motta, de 25 anos, sabe bem o que é isso. Ela, que começou a trabalhar há cinco anos, nunca fica menos de 10 horas por dia no escritório. “A satisfação que sinto trabalhando supera qualquer outra atividade. Às vezes, sinto como se eu abdicasse da vida pessoal pela profissional. Acho que eu deveria me sentir mal por isso, mas não sinto”, diz.
Até este momento, Fernanda poderia se considerar uma worklover – um novo termo adotado pelo Laboratório de Psicologia do Trabalho da Universidade de Brasília para designar as pessoas que não são viciadas, mas trabalham muito simplesmente porque amam o que fazem. Mas ela também mostra sintomas de quem passou da medida. “Durmo de 1 a 3 horas por dia. Muitas vezes, chego a acordar e pensar em coisas que eu preciso fazer no dia seguinte. Quando tiro férias, já na segunda semana em casa eu ligo (para o trabalho) perguntando se está tudo bem. Meus colegas brincam com isso, até. Em casa o tempo parece não passar”, diz.
Fernanda já teve sintomas de estresse agudo, dificuldade de memorização e enxaquecas, tudo por trabalhar demais. Mas nem pensa em diminuir o ritmo. Ao contrário dela, a designer de interiores Michelle Gomes, 33, de São Paulo, já tomou consciência de seu vício e luta contra ele. “Há alguns anos, tive estresse e depressão. O médico me aconselhou a iniciar uma nova faculdade, para que eu assumisse um novo compromisso e parasse de trabalhar tanto. Não deu certo e só piorou meu estado. Então larguei tudo e fui morar em outro país”, conta.
A mudança física não foi suficiente para mudar o comportamento workaholic de Michelle.
“Voltei para o Brasil, casada e com filho, mas vejo que estou como antes. Outro dia, pedi para um familiar cuidar do meu filho porque a babá precisou ir embora. Eu poderia ter ido para a casa, mas não priorizei meu filho. Isso é muito difícil de admitir”, desabafa.
Vida pessoal em segundo plano
Segundo a especialista, um dos sintomas mais comuns de compulsão por trabalho é abandonar a vida pessoal para se dedicar exclusivamente ao trabalho. “Tudo em excesso é prejudicial. Quem trabalha demais, estuda demais, lê demais geralmente é socialmente admirado. Mas nem sempre estão felizes. Felicidade é harmonia, é ter alegria em várias áreas da vida, com equilíbrio, não apenas em um único setor”, diz.

9 comentários:

Unknown disse...

Amém! Equilíbrio nessa balança, muié! Já pensou uma teta bem maior que a outra? Pois...

My disse...

desacelera miga!!

Hugo de Oliveira disse...

hum...é preciso cuidar do lado espiritual, sentimental e pessoal, primeiro.

abraços

Hugo

Tânia Meneghelli disse...

Mas e não é que é mesmo?

Tudo o que é demais não presta. Acho que temos capacidade de administrar um montão de coisas ao mesmo tempo e curtir todas elas numa boa.

Além do que, como tão bem colocou o Edu aí de cima, Deus me livre de ter uma teta maior que a outra! kkkkkkk!!!!

Adorei o post!

Beijoca!

Paulo disse...

Workaholic é fogo... eu já namorei um. Posso dizer que foi o maior amor que eu já tive. Infelizmente acabou, por que eu fui trocado pela droga da big empresa onde ele trabalha.

Recentemente, o jogo inverteu. Comecei a levar trabalho todo dia para casa, todo o final de semana, para conseguir colocar tudo em ordem no meu dia-a-dia. Começou a virar rotina, todo dia tinha alguma coisa pendente que se prolongava pós expediente.

Até o surto recente, onde mandei tudo à merda e voltei à me dedicar ao que realmente interessa, eu! E quer saber? O mundo não acabou, meu trabalho continua indo bem e rendendo e eu voltei a me divertir...

Mauri Boffil disse...

Ai, mas... tenha um pouco de descanso... Vc pode entrar em tilt...
Vamos beber?

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

relaxa menina ... olha o tilt ... voltando da lua de mel e do encontro com os amigos ... super revitalizado para esta delícia q é o convívio com todas vcs ... adoro ...

bjux às duas

;-)

Caju disse...

Equlíbrio é a palavra.

Bjos

p.S.: o Lobo já me rasgou elogio a vcs. Curiosíssimo pra conhecê-las.

Xêro.

Lobo disse...

Eu já sou o contrário. Workhater extremo, se pudesse vivia a vida toda sem nem chegar perto hahaha

Beijos Hello!